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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Quanto vale o seu dia

E foi em uma conversa de bar dessas assim, de fim de expediente e descompromissado, 
que ouço a seguinte pergunta: ‘Quanto vale o seu dia?’
No modo automático, perguntei se o questionamento referia-se a valores monetários, 
horas trabalhadas ou algo do gênero. Não. Era além. O dia, a vida, o agora, aquele instante… para você, quanto vale?
Um entardecer na praia.
O toque sonoro de uma mensagem no seu celular.
O almoço em família com aquele tempero que só a mãe da gente sabe fazer.
Um reencontro. Mas aquele reencontro.
A vitória do seu time.
Uma chuva torrencial no meio da noite, no mesmo instante em que você se encontra afundado em suas cobertas.
Uma promoção, ou então, uma aprovação 
– no vestibular, em uma entrevista de emprego, na OAB, no exame de carta.
Um beijo. Um abraço demorado. Um sorriso.
Cinco minutos em silêncio. Você e mais ninguém.
Porque são essas coisas pequenas e aparentemente sem valor que fazem um dia valer a pena. Que fazem a vida ter sentido. Que fazem com que desejemos viver e não apenas existir ou atuar como figurantes de uma novela qualquer. Porém, mesmo aprendendo a encontrar meios de valorizar cada dia, ainda fica a pergunta: quanto ele vale?
Vale tão pouco a ponto de utilizar quinze das suas 24h em uma mesa de trabalho? 
Tão pouco que o faz não se importar em perder horas de um precioso sono mergulhado em ansiedade, preocupação, medo e projeções? 
O valor é tão banal que uma briga com amigo ou namorado é capaz de arruiná-lo por completo? 
Ou, se naquele tal teste você não for aprovado, ele é capaz de ser totalmente impactado?
A partir de hoje, pensem que um dia, seja ele qual for, jamais voltará a existir. 
Será hoje a sua oportunidade. Sendo assim, vivam. 
Acordem com vontade de ser o melhor que podem ser. Certamente, uma briga não vale seu dia. 
Um feedback negativo não vale o seu dia. 
Uma decepção, um término, um desentendimento, um erro, um adeus… nada disso vale o seu dia. 
Esse, que nunca mais irá se repetir.
Pensei, pensei e, para o meu amigo que me fez essa pergunta retornei com a única resposta que me parecia razoável: Meu dia? Não tem valor. Ele não está no ‘mercado’, não está à venda e não há nada nesse mundo que me tire essa oportunidade única de ser cada vez mais feliz.

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